sábado, 20 de novembro de 2010

(1999) - Arlington Road

 Original Title: Arlington Road

Portuguese Title: O Suspeito da Rua Arlington

Year: 1999

Director: Mark Pellington

Writer: Ehren Kruger

Cast: Jeff Bridges, Tim Robbins, Joan Cusack, Spencer Treat Clark, Mason Gamble, Hope Davis.

Country: USA

Runtime: 117 min. 



Your Paranoia is Real

Michael Faraday (Jeff Bridges), professor universitário especialista em terrorismo, vive com a mágoa da sua mulher, uma agente do FBI, ter sido assassinada por um grupo radical num tiroteio. Esta mágoa que o persegue afecta o seu dia-a-dia. A nível profissional é extremamente complicado para Michael abordar a temática do terrorismo diante dos seus alunos. Por sua vez, a nível pessoal a tarefa de lidar com o seu filho Grant Faraday (Spencer Treat Clark) também não é nada fácil. O filho sofre com a perda da mãe e sente que a recente relação do seu pai com Brooke Wolfe (Hope Davis) é a solução para esquecer e substituir a sua mãe por outra pessoa. 


Pouco depois da chegada dos novos vizinhos, Oliver Lang (Tim Robbins) e Cheryl Lang (Joan Cusack), Michael salva o filho destes (Mason Gamble) e torna-se amigo do casal. O filho de Michael cria uma grande afinidade com o filho dos Lang e as visitas à casa deste casal tornam-se constantes.




Após ter apanhado Oliver numa pequena mentira e ver umas plantas de edifícios públicos na casa dos Lang, Michael fica desconfiado de que algo de errado se passa e começa a suspeitar que este casal, à primeira vista acolhedor, têm na verdade um plano terrorista agendado. 

Serão os seus vizinhos terroristas? Ou será a dor pela perda da mulher que leva Michael a afundar-se para além do estado de paranóia?

Arlington Road perde-se em alguns momentos, mas são vários os motivos porque vale a pena assistir ao filme.

O primeiro prende-se com o facto de ser um filme de 1999, ou seja, dois anos antes do atentado ao World Trade Center em 2001. E sim, podem começar a dizer “mas já antes do 11 de Setembro que se falava em terrorismo e as torres também foram atacadas em 1993” ao que eu respondo “sim falar até se falava mas a ideia que se tinha era que o terrorismo era apenas um grupo de “maluquinhos mascarados” que de vez em quando lá se lembravam de rebentar com alguma coisa, não sendo por isso visto como uma ameaça constante. É por isso de valorizar um filme que nos fornece informação sobre um tema até então abstraco e desconhecido para alguns, e que nos introduz a ideia de o terrorismo estar mais perto de nós do que pensamos e quem sabe na porta mesmo ao nosso lado.

Com um argumento complexo que deixa muitas questões no ar, é necessário um elenco que cumpra com rigor. Jeff Bridges consegue ser coerente no papel de interpretar uma personagem bastante instável em crescente estado de paranóia. Bridges cumpre na perfeição o papel de homem perturbado. Do outro lado da barricada, o suposto “mau da fita” é desapontante. Tim Robbins consegue ser credível e até convicente em alguns momentos, mas depois “espeta-se ao comprido” numa representação em que o recurso ao exagero é predominante, criando assim uma personagem confusa e de difícil compreeensão para o público.

A verdadeira surpresa do filme acaba por ser Joan Cusack que nos oferece uma prestação absolutamente fenomenal, e ainda nos proporciona a cena mais arrepiante de todo o filme. A quem estava habituado a vê-la associada a papéis mais descontraídos e banais em filmes cómicos, ao fim de a ver neste filme, tira-lhe o chapéu sem dúvida.

De uma maneira geral, o filme têm dois pontos altos, que curiosamente são o início e o final. A sequência de abertura é absolutante aterradora e prende qualquer um ao ecrã a pensar para si “que filme é este?” Arrisco-me mesmo a considerá-la uma das melhores sequências iniciais de sempre. Quanto ao final, é a principal razão que faz deste filme um excelente triller, o seu fim absolutamente imprevisível e que nos recompensa totalmente por alguns momentos monótonos e desnecessários que nos desiludiram um pouco durante o filme.

Favorite Quotes:

“Never wiser than when we're children. They say it and it's true. We'll never see things that clear again.” – Oliver Lang (Tim Robbins)

“I'm a messenger Michael, I'm a messenger! There's millions of us, waiting to take up arms, ready to spread the word... millions of us!” – Oliver Lang (Tim Robbins)


3 comentários:

  1. Acho que vou começar a utilizar isto para me pôr a par das coisas boas, este ainda não vi, por exemplo. Gostei do formato, fizeste tudo com muita atenção e direitinho, a cena de pores frases no final é super profissional. ;) Custa-me a acreditar que o Tim Robbins faça alguma coisa má, tenho que comprovar essas afirmações escandalosas. lol

    Eu não sou anónima, sou a tolinha que "não tem blogue". Ok? Hã? 'Tás a ver né? Pronto. :D

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  2. Comigo é sempre tudo "certinho e direitinho" (como dizia o Camilo). Não considero a performance do Tim Robbins um desastre mas por nos ter habituado a grandes papéis, considero que o seu desempenho neste filme está francamente mal. A representação magistral que teve 3 anos depois com Mystic River teria sido a indicada para este filme.

    (acho que sei quem é a tolinha que "não tem blogue" :D )

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